Cacau, catioro das minhas cunhadas Júlia e Andrea, em uma foto meramente ilustrativa pois amo muito e acho a cara dele delicinha demais para não ser compartilhada com o planeta.
Bom, quem leu minha última dengoletter, viu que eu estava bem pistola com o mercado editorial brasileiro. Não acho que falei nenhuma mentira. Mas também acho que exagerei um pouco no ódio, porque sou muito sanguíneo: quanto tô com raiva, é só a raiva que eu conheço. E, nisso, fui bastante injusto com as editoras íntegras da área, como a Dublinense, com quem publico e com quem pretendo continuar publicando e que sempre me tratou com extremo respeito, ou a Instante, que tem um catálogo cada vez melhor, quase todo de mulheres, ou a Tabla, que tem trazido inúmeros autores do mundo árabe para as estantes brasileiras, incluindo palestinos, ou mesmo nomes grandes, como a Companhia das Letras, sempre uma referência (apesar da comunicação ruim entre os setores internos).
São essas empresas ― e, principalmente, são essas pessoas ― que carregam o piano nas costas. E aí que, insistindo na militância, quero repetir aqui uma coisa que eu digo quase todo dia, e que vou repetir quase todo dia pelo resto da minha vida: leia literatura brasileira.
Mas não leia porque você precisa ajudar a “pobre” literatura brasileira, não. Leia porque você vai se divertir, você vai chorar, vai se surpreender, vai mudar, vai dar risada, vai sentir um baita de um tesão. Tem vários livros excelentes neste país, de todos os cantos e de todo tipo de gente. Vamos deixar de viralatismo, que faz a gente endeusar qualquer autor modinha lá de fora. Vamos deixar de preguiça, que nos faz repetir roboticamente que “ah, não tem nada acontecendo” ou “bom mesmo são os clássicos”, só porque a gente não dá conta de tanto livro novo saindo por aí. Vamos deixar de ignorância, que é só entrar no Instagram ou no TikTok e você já descobre uma batalada de livro pra ler.
Já leu Aline Bei, Mari Carrara, Paulo Scott? Já leu Natalia Borges Polesso, Cristina Judar e Sheyla Smanioto? Já leu Davi Boaventura, Daniela Stoll, Renata Wolff e Bruno Ribeiro? Já leu Taiane Santi Martins, Jeferson Tenório, Luciany Aparecida? Daniel Galera, Elvira Vigna e Luísa Geisler? Já leu Victor Heringer? Marcelino Freire, Débora Ferraz, Tiago Germano, Marcela Dantés e Carol Rodrigues? Camila Maccari, Julia Dantas, Vitória Vozniak, Luis Roberto Amabile, Fred Linardi, André Timm, Thiago Souza de Souza, Rodrigo Rosp e Samir Machado de Machado? Antônio Xerxenesky, Bruno Cobalchini Mattos, Diego Grando, Julia Raiz, Tiago de Oliveira, Maria Valéria Rezende, Ana Lis Soares, Luci Collin e Kah Dantas? Breno Fernandes, Saulo Dourado, Katia Borges, José Falero, Itamar Vieira Júnior, Jarid Arraes, Lívia Natália, Eliane Alves Cruz, Marcelo Labes, Gustavo Melo Czekster, Moema Vilela e Sara Albuquerque? Irka Barrios, Daniel Gruber, Mauro Paz? Reginaldo Pujol Filho, Carol Bensimon, Pedro Jucá, Gabriela Leal, Lucas Barros Moura e Pedro Augusto Baía? Vanessa Vascouto, Paula Fábrio, Juliana Leite, Luiz Felipe Leprevost, Cesar Alcázar, Emir Rossoni, Natália Zuccala, Alê Garcia, Alê Magalhães e Carlos Eduardo Pereira?
Já leu?
Pois vá ler, ô.
Você vai gostar muito.
E olhe que aqui só citei os primeiros que me apareceram na cabeça, não necessariamente famosos (e sem mencionar as estrangeiras que aqui escrevem, como María Elena Morán, Ángela Cuartas e Mariam Pessah), e me esqueci de váááááárias outras pessoas, e deixei de fora alguns cujos livros estão para ser lançados mas ainda não foram, como Natasha Centenaro e Gabriel Eduardo Bortolini, a quem desde já peço desculpa.
Agora é pegar e ler, não tem mais desculpa: cada nomezinho colorido desse leva para o livro da pessoa. Tem para todos os gostos, tamanhos e bolsos. Clica, compra, vai ser feliz. E compartilhe nas redes sociais e encaminhe essa dengoletter para quem estiver precisando ouvir a palavra da salvação. Essa mensagem não é apenas uma mensagem, é um serviço de utilidade pública.
Um xêro,
Davi Boaventura
fico feliz de já ler lido muitos desses que citou aí e anotando para ler outros. viva a literatura brasileira viva!
Li muitos autores dessa lista generosa que tu fizeste, outros eu acompanho nas redes, mas sem ter lido nada ainda (por ainda estar em processo complicado com a leitura). Nesse findi, li seis propostas para o próximo milênio e palomar, do ítalo calvino. Amo a nossa literatura contemporânea e irei protegê-la! Xêro!